Elenita,
Perdoe-me a demora em me comunicar com você.
Pelo telefone, achei-a muito simpática. Acontece que tivemos uma onda fria que deixou-me não uma “pedra de sal”, mas uma pedra de gelo.Aí vão uns rabiscos que andei fazendo, não falando de muita doença, porque coisa más, a gente joga atrás das costas e vai em frente.
Esse livro que lhe envio, tenho mais, pois não os coloquei à venda. Se você achar que tem utilidade para alguma obra de caridade, vendendo abaixo do preço, peça-me. As falas estão dentro do livro. Estou aguardando resposta sua para talvez mesmo à distância, sejamos amigas.
Um grande abraço e saudades.
Maria Aparecida
AMIZADE
Texto extraído do livro “Retalhos de uma vida”
Velhos tempos, belos dias
Nos despedimos da vida, conhecendo apenas uma parte mínima dela.
Vamos usufruir e dedicar essa pequena parte, à amizade que é um dom dos mais belos da vida.
É se dar sem exigir nada de volta. Mas, quando contamos com a reciprocidade, é melhor ainda.
Entregue-se sem reservas à essa amizade que nós oferecemos um ao outro, de coração. Vamos ver que contar com um(a) amigo(a) que nada lhe exige, mas está ali para o que der e vier, é maravilhoso.
Essa amizade que dedicamos a outra, não há interesse algum que não seja — veja, estou aqui. Vamos nos distrair, dar boas risadas e também chorar as mágoas. Um ombro amigo é tão bom...
Não quer conversar, ficaremos quietos. Quer falar sobre a vida, fale.
Não quer, nada lhe pergunto. Só a alegria da pessoa solidária, preenche a vida. Entregue-se sem reservas, sem medo.
Assim entendo a amizade verdadeira.
Pelo que escrevi, percebe-se como foi a vida com marido. De parte à parte.
Maria Aparecida de Camargo Rodrigues
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